Homens, mulheres, crianças, jovens, velhos, dezenas, talvez centenas, estavam todos nervosos, até que ele apareceu. Então, perderam as inibições e acercaram-se dele, cumprimentando-o, abraçando-o, acariciando-o e agradecendo. Eram-lhe todos desconhecidos e, por instantes, ficou denorteado,não só com o assédio, mas, também, pelo fato de nunca ter estado ali antes.Mas, sentindo-se feliz como nunca, ele que sempre fora um solitário, retribuiu cumprimentos, abraços e carinhos. Por fim, dirigiu-se à jovem, a seu lado o tempo todo e que parecia diferente dos demais, e quis saber o que estava acontecendo.
-Lembra o costume que você tinha de, ao passar diante de um cemitério, escolher aleatoriamente uma tumba e orar por quem ali jazia? De acender velas em túmulos abandonados? De rezar Pais- Nossos ao passar por féretros, cruzes nas estradas, de vítimas de acidentes fatais? Os que tiveram os caminhos póstumos iluminados por suas preces estão aqui, agora, para iluminar o seu.