sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

" E aí, Odair?"



Rabindranah Sidarta acaba de dar a palestra e prepara-se para receber os cumprimentos das pessoas que se dirigem ao palco , quando ouve, partido do meio do salão,o grito:
- E aí, Odair. Tudo bem? Você esta lindão com essa roupa de guru!
Rabindranah não entende, em princípio. Olha perplexo para o autor da saudação, que se adianta:
- E aí, Odair, não lembra mais de mim? O Humberto? Fomos criados juntos lá na Rua da Semente!
O olhar de Rabindranah deixa de ser de surpresa e  perplexidade . Fixa-se no indivíduo como a tentar paralisá-lo e fazê-lo calar-se. Nota que a maior parte dos que se dirigiam ao palco dá meia-volta e vai embora, com expressões decepcionadas.
Passara meses organizando a palestra. Estudara profundamente os mitos do hinduísmo. Em uma cidade distante da sua,alugara aquele salão de eventos. Fizera propaganda apresentando-se como o guru indiano que, após conquistar milhares de adeptos no Oriente, vem ao Brasil criar um núcleo de luz. Conseguira até a presença de uma emissora regional de TV para cobrir o evento. Seu plano é ocupar o espaço  existente na indústria da religião brasileira. Igrejas evangélicas já existem aos milhares, mas tempos hindus, não. Ele seria o pioneiro do hinduísmo nacional. O Edir Macedo indiano.
Então aparece aquele amigo de infância no dia do lançamento da seita .


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