Rabindranah
Sidarta acaba de dar a palestra e prepara-se para receber os cumprimentos das
pessoas que se dirigem ao palco , quando ouve, partido do meio do salão,o
grito:
-
E aí, Odair. Tudo bem? Você esta lindão com essa roupa de guru!
Rabindranah
não entende, em princípio. Olha perplexo para o autor da saudação, que se
adianta:
-
E aí, Odair, não lembra mais de mim? O Humberto? Fomos criados juntos lá na Rua da Semente!
O
olhar de Rabindranah deixa de ser de surpresa e
perplexidade . Fixa-se no indivíduo como a tentar paralisá-lo e fazê-lo
calar-se. Nota que a maior parte dos que se dirigiam ao palco dá meia-volta e
vai embora, com expressões decepcionadas.
Passara
meses organizando a palestra. Estudara profundamente os mitos do hinduísmo. Em uma cidade distante da sua,alugara
aquele salão de eventos. Fizera propaganda apresentando-se como o guru indiano
que, após conquistar milhares de adeptos no Oriente, vem ao Brasil criar um
núcleo de luz. Conseguira até a presença de uma emissora regional de TV para
cobrir o evento. Seu plano é ocupar o espaço
existente na indústria da religião brasileira. Igrejas evangélicas já
existem aos milhares, mas tempos hindus, não. Ele seria o pioneiro do hinduísmo
nacional. O Edir Macedo indiano.
Então
aparece aquele amigo de infância no dia do lançamento da seita .
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