Quando
se conheceram, em uma igreja, ele tinha 50 anos, era viúvo; ela tinha 23 anos,
era freira. Apaixonaram-se, ela deixou o convento. Casaram-se. Não tiveram
filhos. Após 20 anos de uma vida harmoniosa, sem maiores conflito, ele
comunicou: queria o divórcio,pois estava
gostando de outra mulher e pretendia casar de novo.
Ela
contou-me essa história quando fui ver o apartamento, cuja venda o casal havia
anunciado. Estava só. Falava calmamente, em voz baixa, olhar plácido.
-
Ele sempre foi muito bom para mim. Mesmo agora, está cuidando de tudo
direitinho. Metade do dinheiro da venda deste apartamento será minha. Receberei
uma boa pensão mensal,pois ele ganha bem
no seu emprego. Vou morar com minha irmã mais velha, que é viúva,sem filhos.
-
A senhora conhece a mulher com quem ele vai se casar?- perguntei.
-
Não. Apenas sei que tem quase a mesma idade que eu tinha quando o conheci. Só
que ele hoje está com 70- respondeu.
E concluiu:
-
Ele sempre foi muito bom. Espero que seja feliz com ela.
Seu
tom era de quem estava com pena dele.
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